António Jacinto Rebelo Pascoal
Nationality: 170
Email: jacinto.pascoal@sapo.pt
Severity: 8192
Message: Creation of dynamic property All_function::$langs is deprecated
Filename: libraries/All_function.php
Line Number: 28
Backtrace:
File: /home/ariasmanzo/public_html/application/app_user/libraries/All_function.php
Line: 28
Function: _error_handler
File: /home/ariasmanzo/public_html/application/app_user/controllers/Continent.php
Line: 80
Function: get_default_language
File: /home/ariasmanzo/public_html/index.php
Line: 315
Function: require_once
Nationality: 170
Email: jacinto.pascoal@sapo.pt
António Jacinto Rebelo Pascoal
António Jacinto Pascoal (1967, Coimbra) é mestre em Literaturas e Culturas Africanas e da Diáspora pela Universidade de Coimbra.
Publicou 6 livros de poesia, uma tradução (Violeta Parra, Chile), duas antologias poéticas (Poemas do Índico e As Mulheres Visíveis).
Foi galardoado com o Prémio Nacional Guerra Junqueiro, Prémio da Associação Académica de Coimbra, IPLB e Ministério da Cultura, entre outros. Um dos seus livros foi prefaciado por Agustina Bessa-Luís. Um dos seus contos foi distinguido pelos Novos Talentos FNAC 2012. Poesia sua encontra-se traduzida nas línguas inglesa e finlandesa.
Actualmente vive em Arronches, Portalegre.
António Jacinto Rebelo Pascoal (born in 1967, in Coimbra) holds a Masters’ in Portuguese-Speaking African Literatures and Cultures. His début took place in 1991, with the book Pátria ou Amor (Prize of the Students’ Union in Coimbra, prefaced by Agustina Bessa-Luís). His poetry can be found in many different anthologies of poetry and it is translated into English and Finnish. He currently lives in Arronches.
I REVISTA DE HISTÓRIA TRÁGICO-SOCIAL
1.
(antes dos muros)
muita gente o via todos os dias
uns riam-se dele
outros lamentavam-no
ninguém o conhecia muito bem
ninguém se metia com ele
2.
deixámos de lhe dar importância
há muito que não pronunciamos o seu nome
demos razão à mulher quando o deixou
nunca mais frequentou este lugar
3.
dois homens adormecidos no chão
um grupo de pombas inspeccionou-os
um cão vadio cheirou-os
duas senhoras de idade viram-nos e afastaram-se apressadamente
um senhor achou que era uma vergonha que a polícia não fizesse nada
um casal passou e um dos dois disse – estão bêbedos!
e o outro concordou – perdidos de bêbedos!
II
a agressividade permanente
é-me totalmente
alheia
esquecer uma afronta é a minha
disciplina preferida
III
uma vez houve uma cena violenta
eu ainda era pequeno
foi um vizinho a quem a mulher
trancou a porta
e não o deixava entrar
estalam os rios e rebenta a chuva
quando isso acontece
estalam os ossos e os dentes rangem
dentro de nós as fúrias
passam com os seus cães atrás
dentro das veias
naquela idade não compreendemos tudo
somos levados nas nossas sombras
e silêncios
a mesa oscilante da infância
deixa cair o lenço da
inocência
António Jacinto Pascoal
Portugal