Ana Maria Oliveira
Nationality: 170
Email: anafilo9@gmail.com
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Nationality: 170
Email: anafilo9@gmail.com
Biografia de Ana Maria Oliveira
Ana Oliveira nasceu a 17 de Fevereiro de 1960, no Alto Alentejo no distrito de Portalegre e concelho de Castelo de Vide. Antes de completar um ano de idade veio com os pais viver para a zona de Cascais e aí tem vivido desde então.
Quando jovem tem como passatempos o desenho em que se esquecia do tempo a elaborar retratos de pessoas. O sombreado, os jogos de luz fascinavam-na e eram um descarregar de energia. Mais tarde experimenta as tintas a óleo e o acrílico, tomando consciência que são apenas trabalhos experimentais, que no entanto distribui pelos amigos. Atualmente ainda mantem a necessidade de brincar ao acaso com as tintas como terapia.
Deste a infância que tem o gosto pela escrita que exercitava através de um diário que manteve desde os treze anos até aos dezanove. Introspetiva, analítica e crítica, cedo deixou de escrever sobre os acontecimentos para salientar os pensamentos e os estados de alma que certos problemas existenciais provocam. Adorava inventar histórias e colocar a interagir personagens da sua imaginação. Era uma estratégia para se ausentar de um mundo parado, rotineiro e repleto de regras, que aos poucos a fizeram perceber que poderiam ser castradoras de um pensamento livre.
Em 1986 finalizou a licenciatura em Filosofia na Faculdade de Ciências sociais e humanas de Lisboa. Licenciatura que lhe permitiu dar aulas de filosofia durante alguns anos.
Na década de noventa ausenta-se da zona de Cascais por duas vezes vivendo dois anos em S. Miguel nos Açores onde continuou a lecionar, o que fazia já em Portugal continental. Viveu mais dois anos em Vendas novas.
Um casamento de vinte e dois anos pouco feliz, de onde nasceu um filho, fê-la decidir-se pelo divórcio.
Edita o seu primeiro livro de poesia em 2008 através da Corpos Editora “Grito de liberdade”. Este livro é uma forma de partilhar emoções e vivências, encarando a poesia como uma catarse.
Ainda no mesmo ano participa em duas coletâneas: Uma de Prosa e Poesia “A arte pela escrita” da editora Escritartes e a outra, “Poemas sem fronteiras” “Ora, vejamos…2008” Editora LULU de Leiria que faz uma recolha impressionante da poesia contemporânea. Nesta última Ana Oliveira obtém o prémio da Menção honrosa com o seu poema “Farsa”.
Continua a participar em Antologias.
Atualmente exerce funções num infantário onde acumula as atividades inerentes, à “Filosofia para crianças”, onde explora algumas histórias infantis da sua autoria, projeto que vem desenvolvendo há dois anos.
Continua a escrever poesia uma vez que esta faz parte integrante da sua essência.
O seu blogue atual é:
http://www.luzefemera.blogspot.com
3 poemas
Apartamento
Abandonei a embarcação mestra
Imperiosa navegação tive de fazer
Para lá do oceano profundo palmilhando o tempo
Sigo apenas a pujança das correntes marítimas
E mesmo em escolhida solidão ultrapasso o tormento!
Demando sem bússola um centro, um abrigo
Enxergo e medito neste mundo decadente
Um sentido para esta existência paradoxal
É hora de volver à minha alma
Salvaguardar-me do fleumático mal!
Razão de uma inteligência maior que nos comanda
Numa pluralidade apenas aparente
Em inevitável e gloriosa união eterna
Divididos estamos unicamente aos nossos olhos
Pois permanecemos em perpetuidade fraterna
Ponteiro de relógio feito de enganos
Choros de traição num inexistente passado
O futuro é apenas palavra solta por aí.
Pois o que de facto importa
É que fazemos todo o sentido
Num hino ao amor agora e aqui!
Solidão
Quantas vezes não projetei a viagem sem regresso
Quantas vezes me abracei para sentir um ser humano
Quantas vezes esmoreci e me reanimei
Quantas vezes me invadiu o paradoxo deste flúmen profano
Quantas vezes mais terei de silenciar torturas
Quantas vezes mais sentirei o caos do vazio
Perco a conta às vezes que caí em amarguras
Já perdi o rasto às vezes que morri de frio
Porque as relações humanas são gélidas
Recuso manter a máscara do superficial
Futilidades que entram em jogos de beijos de judas
Instrumentalização acutilante entre as pessoas
Gerando-se o paradoxo das ligações surdas e mudas!
Quero ser eternamente criança…
Assim evito o trabalho hercúleo
De manter o disfarce em conivência
Da personagem do teatro trágico
Que é esta desconexa humana existência!
Amizades frígidas feitos juízes carrascos
Ninguém ouviu os gemidos de dor
Abafei-os um a um dentro da minha alma
Ninguém entendeu os pedidos de socorro
Nunca em momentos de agonia me pegaram na mão
Nunca tive amigos!... Minto!
Tenho eternamente uma amiga chamada solidão!
Alienação
Piso o chão sem o sentir em clamor de sobrevivência
Inspiro oxigénio sufocando por dentro sem respirar
Dou-me em orbes de calor e desejo
Em orgias sonhadas de Baco sem amar!
Mas um dia irei pintar contigo
Uma tela gigante que nos servirá de tálamo
As nossas mãos deslizarão num leito forjado
Sobre tintas policromáticas
E criaremos nela um mundo inventado!
Clamo por caminhos inabitados
Brado cansada de me dar em desamor
Sem almas humanas a quem abraçar
Contraio-me em gritos abafados de dor!
Mas um dia virás tomar um banho de mar noturno
Sob o céu estrelado de desejos feito
Despidos de vestes e de amarguras
Recostarás então o teu semblante insurreto no meu peito!
No entanto desconsolada constatação!
Não passo de ave tonta que vagueia em palcos de improviso
Programada para o contentamento
E sem total consciência da sua cruz feita juízo
Prisioneira em labirintos de devaneios perdidos
Necessito urgentemente
Do bálsamo de um cosmo de intelectos
No meio do caos deplorável dos sentidos!