Onde andará a rainha A primeira poetisa Inventora da escrita Desta minha herança, herança egípcia Aventura, amor – mais que rima Dona da palavra profana – profana e cínica Dona da palavra sagrada – sagrada e mística
Entre o silencio e o roçar das línguas Passam noites, passam dias Multiplicam-se os artistas São verbonautas! São futuristas! Parindo a carne do verso, o osso da silaba Que o branco do papel quer que a luz imprima Em função e tudo aquilo que ilumina
Óh, suprema Deusa! Minha vida! Onde quer que estejas, digas Na festa da fantasia Eu danço no céu sem companhia Tropeço nas estrelas que tu me destinas Sem dar-me conta que voltas pronta alma da brisa Em forma da mais linda poesia
Domingo Nil Lus
Tens o arpão pra esta carne Que entre as minhas pernas se abre
Ávida, vermelha e viva Tens tesão, desejo e álibi Ordem de um rei que sempre sabe Seduzir cada parte E depois de cortejar-me, lambuzar Me mija
Tens meus seios como são Flácidos plásticos balões de enfeites pra festa Deleite da tua medonha orgia
E como se isto não bastasse Nada em mim te saciasse Meu coração só te lembrasse Um frenesim frenético De espectador de rock elétrico Que bate palmas à sua revelia
E eu me torcendo, ardendo, mordendo E querendo dentro de mim o seu arpão Que sem me esperar acende um fogo de artifício
Feito uma louca, a mais louca das loucas Fuga de um cavalo só montado por você Bandido ferido E é como se meu corpo todo o dia fosse O prazer do seu domingo
Minha Primeira Casa Nil Lus
Eu fui semente lá na terra do teu ventre Meu corpo um barco embalado nas tuas águas Mulher abrigo! Sou tão contente! Por que você foi a minha casa
Óh, grande mãe Meu xaxim, santuário, minha morada Meu sol nascente Óh, criadora da minha dádiva
Muito obrigado amiga! Fiz parte da tua jornada Por isto, permita-me não quero te dizer adeus agora Apenas até breve minha querida grande senhora! Te vejo um dia quando luz como você Também serei só alma