VITAE

Delvis J. Monteverde P.

Estando perto do meu ocasso, olho atrás a minha vida,
tal vez fazendo um balanço, possa me dar por falido...
o mal que fez paguei com juros, em penar bem merecido;
e do céu tive o principal: tecto, livros, amigos e comida.

Posso afirmar agora, ao final das mil curvas do caminho,
que podia ter sido qualquer outro e diferente meu destino
mas ao crer saber-lo todo, só a experiencia agora zinho;
solitario ninho minha única certeça é beber ora este vinho.

Construi a própria vida, mas não a chegada ou a partida;
não recebi todo o que dei essa é a lei humana das coisas,
tive sim, alguns dias felices e passei por cenas horrorosas;
que só agora penso que eram parte da escola que é a vida.

Amei todos á minha maneira, mas amor! não soube que era,
sinto que podia ter feito mais, apreendido mais e vivido mais
mas voltar atrás? ideia arrepiam-te, nem em sonhos sequeira
mas sei que queria deixar uma marca no mundo e os demais.

2

SE...UM QUIÇÁ, TAL VEZ

Delvis J. Monteverde P.

Se chegara ela desde oriente até meu cais, seu olhar e seu sorriso,
que o vento trouxera qual veleiro, e em meu mar de amor navegara,
flutuando a flor da cerejeira no mel da sua linda poesia... jóia rara!
ancorasse no meu porto o corpo e... seria o meu lar, meu paraíso.

Sereia a quem eu, Ulisses cantara e encantara, de seu amor preciso,
a sua nudez maravilhosa que a mim entregara...se até aqui nadara!,
neste tormentoso mar de paixão calada sentira, e a meu lado ficara,
perder-me-ia completamente nas ondas desse amor preciso e conciso

Redemoinho de pensamentos, bitacora silenciosa deste amor omisso
sou eu o que te espera Penélope e pressinto que tu também esperas
vou neste passo sem compasso, sem estrela guia, perdendo o juízo...
e só sei que te estou amando...e para isso não tenho o teu permisso.

Se me deras somente uma palavra ainda sem nenhum compromisso
tal vez numa poesia te indicara o caminho e a possibilidade acordara
e deras uma oportunidade para este meu amor tão puro e castiço.
e quem sabe...quiçá algum dia olharas a mim e também me amaras

3
PALHAÇO SEREI...

Delvis J. Monteverde P.

Após de ter vivido a tua vulgar hipocrisia
ante ti e todos, ocultarei a minha derrota,
serei qual palhaço com a careta de alegria,
enquanto dentro de mim tenho a alma rota.

Eu foi feliz amando-te...mas, chegou o dia,
de ver que para ti só era um triste palhaço,
era mentira teu amor, todo o teu tão falso,
e fiquei só e com as mãos totalmente vazias.

Não deixarei saberem desta minha tristeza,
nem que se veja a dor do coração na face...
e hoje de uma só coisa tenho total certeza,
que tu e tua vida são um completo disfarce.

Viverei meu carnaval e rir-ei de mim tanto,
fingirei alegria e tu verás minha mascarada;
e um dia sofrerás como sofri mas por enquanto,
serei palhaço rir-ei de ti e de mim á gargalhada.
...*...

biografia:
Delvis J. Monteverde P.
Nascí en Venezuela, vivo en Portugal hace vários años.
Soy Ingeniero técnico en electrónica, soltero pero con un hijo pequeño, Edmar Josué quien es lo mas importante de mi vida.
No puedo decir que sea poeta pero me gusta leer y escribir lo que pienso y me vá por dentro.
Esto y poco o mucho mas soy yo.

delvis.monteverde@gmail.com