JackMichel
Nationality: 128
Email: micheledesouzaramos@gmail.com
Nationality: 128
Email: micheledesouzaramos@gmail.com
JackMichel
JackMichel é o primeiro grupo literário na história da literatura mundial, composto por duas escritoras: Jaqueline e Micheline Ramos. São irmãs e nasceram em Belém – PA (Brasil). O tema de sua obra é variado visto que possui livros escritos nos gêneros ficção, poesia, romance, fábula e conto de fadas. Publicações: Arco-Jesus-Íris (Chiado Editora, 2015), LSD Lua (Drago Editorial, 2016), 1 Anjo MacDermot (Drago Editorial, 2016), Sorvete de Pizza Mentolado x Torpedo Tomate (Drago Editorial, 2016), Ovo (Drago Editorial, 2016), Papatiparapapá (Editora Illuminare, 2017), Sixties (Helvetia Edições, 2017), Tim, O Menino do Mundo de Lata (Helvetia Edições, 2017), Anotações Da Lagarta Papinha (Editora Leia Livros, 2018) e O Príncipe Milho (Editora Leia Livros, 2018). É associada da ACIMA (Associazione Culturale Internazionale Mandala), da LITERARTE (Associação Internacional de Escritores e Artistas), da AMCL (Academia Mundial de Cultura e Literatura) e da UBE (União Brasileira de Escritores). Seus contos e poemas constam em antologias internacionais bilíngues. Também foi destaque em diversos jornais e revistas on-line de literatura, artes e cultura. Participou de salões literários na Europa e no Brasil. Recebeu Menção Honrosa no Concurso da Coletânea Literária Internacional em Prosa & Verso “Conexão México” – Sem Fronteiras pelo Mundo... Conectando Mentes & Cultura ACIMA de Tudo!”, no Prêmio de Excelência Literária “Troféu Corujão das Letras” e no II Concurso Cultive de Literatura “Prix Cultive de Littérature”. Conquistou o Prêmio Talentos Helvéticos-Brasileiros IV, o 3º lugar no Concurso Cultive de Literatura “Prix ALALS de Littérature” e no I concurso literário da Casa Brasil Liechtenstein e o 1° lugar no II Festival de Poesia de Lisboa. Seu slogan é “A Escritora 2 Em 1”.
Website Oficial da JackMichel A Escritora 2 Em 1
https://www.websiteoficialjackmichelaescritora2em1.com/
Alma Simbolista (*)
Alma simbolista, entrego-te agora
Este alfanje antigo, que é de ouro rútilo.
Toma-o! Pega-o! Dou-te por missão
Afastar dos meus Sonhos a negra Realidade miseranda.
E, terminado o prélio, torna aqui!
Que iremos, ambas, em demanda dos páramos risonhos
Onde não há lágrimas ou luto,
Misérias ou esquecimento – só espaços!...
Subindo, encontraremos o empíreo nefelibático
E a confabular Cruz e Souza, Camilo Pessanha, Maeterlinck...
Subindo mais, contemplaremos as visões vaporosas de Moreau...
E mais além... nos giros feros
Da funda eternidade (quem sabe?)
Veremos os sonhos dos poetas materializados!...
(*) Alusão ao Simbolismo, movimento literário da poesia e das outras artes que surgiu no final do século XIX. Este poema de JackMichel conquistou o 1° lugar no II Festival de Poesia de Lisboa/2017.
Príncipe Encantado (*)
Quando a neve dos invernos dos anos
Descambar sobre tua cabeça
E teus cabelos tornarem-se alvos,
Como o cimo dos montes nevados...
Quando o frescor do riso empalecer
Na flor rúbida do teu lábio mádido,
Em ânsia fatal de morrer,
Como cisnes tristes de real plumagem...
Quando em teus olhos luzir, bruxuleante,
A luz das alvoradas,
Embaciada num enterro de matizes,
Dirigindo-se a místicos prazeres...
Não importa, amor! Serás para mim
Um príncipe encantado!...
Em horas mágicas de divino acento,
Pensarei nos cerúleos céus, na sua vastidão infinita,
E meditarei sobre sua perenidade...
Pensarei nos frutos opimos que caem das árvores, sazonados,
Nos solos dos pomares e são mais saborosos...
Pensarei no grande Farol de Lindau,
Na Torre de Hércules, na Catedral de Reims,
A permanecerem soberanos atravessando os séculos...
E concluirei que o tempo
Conhece a perfeição da arte na Natureza;
E ao invés de destruir a obra, como ao todo,
Aquela que elegeu, venera,
E seu hábil cinzel alinda e encanta!
(*) Este poema de JackMichel está nas antologias internacionais bilíngues: Amor & Amore (Edizioni Mandala) e Os Melhores Poemas de 2016 (ZL Editora). Foi publicado também na Revista Varal do Brasil Nº 42 - Julho/2016, na Revista Divulga Escritor Edição de N. 22 Out/Nov 2016 e na Revista Geração Bookaholic Edição #6 Maio2017
A Morte de Virginia (*)
À tela homônima, de Antônio Parreiras (1905)
O céu é torvo. O espaço escancara-se incoercível, esfaimado.
A natureza inteira parece querer hostilizar pelo silêncio
Que reina e se embuça nas furnas.
À beira de deserta praia uma mulher está morta: é Virginia.
Ondas espumantes abeiram-se, lestas, inflando-lhe as vestes
Encharcadas – seu leve vestido de tom sulferino...
A aparência arcangélica denuncia que ela dorme
E seus restos permanecem tão frescos
(a pele cetinosa, os longos cabelos desgrenhados)
Que, quem os vê, crê que não morreu.
Almejaria saber o motivo pelo qual morrera na praia
Em vez de um bosque ensombrado ou de uma alcova de rainha,
Morna e perfumada. Dizei-me, Inspiração, há quanto tempo está morta
E se ela sonha na excelsa paragem!...
(*) Este poema de JackMichel está na Coletânea Literária Internacional em Prosa & Verso “Conexão México” – Sem Fronteiras pelo Mundo... Conectando Mentes & Cultura ACIMA de Tudo!”. Foi publicado também na Revista Philos #15 - Abril 2017.
Visão da Alma (*)
Na capela abandonada é silente a paz.
Os vitrais coam a luz tíbia
Do último raio de sol
Da tarde que morre...
Os bancos ebúrneos e a penumbra interior
Formam um ambiente inefável:
Por tudo o alvor do mármore
E a cinza da tarde.
Detrás do sacrário paira uma nuvem
De estranho incenso
E diante do altar,
Tendo na fronte a unção
E na face o livor dos desolados,
Ergo a urna onde repousam – sacrossantas –
As cinzas do passado morto.
(*) Este poema de JackMichel foi publicado na Antologia LOGOS N° 26 - Julho/2017 e na Revista LiteraLivre 4ª edição – Julho/2017.
A Voz do Piano (*)
Ouvi, certa vez, no silêncio ascético da deserta sala
Uns murmúrios opressos, como alguém que pranteia e, tartamudeando, fala.
O som, cavo, parecia sair de uma entranha de ferro...
Era a voz do piano que jazia a um canto, esquecido e abandonado.
Falava de peças e acordes e modulações e notas...
Falava dos Noturnos de Chopin, das Sonatas de Beethoven,
Dos Improvisos de Schubert... da Rapsódia Húngara de Liszt,
Da Valse-Caprice de Rubistein, da Pavana de Ravel... e emudecia.
Decerto, recordava a sua dama predileta
Que sempre estava perto tocando-lhe as teclas com sua mão leve,
Cuja lhaneza do tato não esqueceu.
Ela há muito se foi; ele, porém, vive ainda
No opróbrio final do vilipêndio mundano
Lembrando, soluçando e chamando seu nome.
(*) Este poema de JackMichel está na antologia “A Vida Em Poesia 3”.