Paulo de Carvalho
Nationality: 128
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Nationality: 128
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Para além de MIM
Invariavelmente são extensas.
Sim! as noites, em mim, são assim...
Prolongamentos de extensos.
Não há brasa ou luz que determine
Limites entre ser noite e estar dia
Elas são assim pois que assim
Acordam em mim e dormem-me.
Foi assim que desta feita
Um italiano ainda jovem
Chega em seu casaco de frio
Agasalhado inda mais
De brasileira companheira.
Enquanto eu bebia um Remi Martin
Ele trazia assuntos para a prosa.
Ajeito no cachimbo aromático tabaco
E tudo apontava para um só cansaço.
Ao meu fastio existencial
Argumentava ele da política universal.
Tendências mundiais as quais
De pronto rebatia para algo mais local
Focal, comunitário possível...
E a física $3>$3> mais concreta.
Serviu-se ele e a sua companheira,
De boa dose de conhaque.
Sorriu sua dose sorvendo um sorriso...
Ofereceu-me específico sonho
Que de pronto não aceitei.
Uma voz me questiona:
“Mas não é você um experimental?”
E de cinco bolsos em cada um guardava um sonho;
De todas as tentativas acertou na última.
Partilhou comigo então
Pequena parte, porém bastante.
Eu lhe dizia calmamente
Habita em mim, se é que sou,
Um eu que já não sou.
Olha-me distante um Outro
Que ao vê-lo me vendo
Percebo que se não sou, ao menos estou.
E assim para um além de mim
Não por sonho nem tampouco a méta
Encerro-me do oblíquo pronome.
Um brinde ao ambíguo que se encerra
Para um além de mim
E que assim,
Viva o personagem!
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RÉQUIEM
De minhas mortes,
De todas não lembro.
[Já fazem alguns ontens]
Morri do amanhã.
Por causa mortis atestada
Nem amor ou sua falta.
Quiçá uma madrugada,
Quando a dor já ia alta,
Abruptamente despertada
Ao som do sol em tic-tac
Em chão assoalhado.
Um relógio desassombrado
Como tropas de formigas
A marchar em minhas veias.
Minha alma só fadigas
De efeitos feitos fastios...
E toda $3>$3>física me auxilia
Como a dor que mais valia
De um dente extraído
De nome semelhante a juízo
Que por ora me traía
Pois que igualmente morto
Que dor me doía?
[Já fazem alguns ontens]
Morri do amanhã
E não foi desesperança
De amanhãs pré-acabados...
Era mais uma maldita herança
De futuros roubados
Por um hoje inacabado
Sem crianças ou sorrisos.
Era assim que então eu via
Crentes e descrentes
Em passeatas ou romarias,
Nas biroscas ou igrejas;
Em pelejas ou liturgias;
Alguns poucos não tão sóbrios,
Na vigília em meu velório.
Saboreavam seus ontens
Com sabores tão antigos
Fazendo-os, assim, por totens.
Guardavam e defendiam
Com todo ardor pós-morte
Por este hoje - pura sorte,
De todas não lembro
Hoje mais ao pó que ao etéreo
Marca indelével, inconteste,
Desato e ato o nó mistério
E quem do poeta faz teste
A saber o órgão que o mata
O coração! Tão pronto atesta.
E por fenda desta fresta
Morri eu por asfixia
Não do ar ou sua falta
Mas por faltar-me poesia.
De minhas mortes
Morri do amanhã
____________
Poética-patética
Se eu soubesse meu amor
Dar-te-ia
Não o amor,
Mas a poesia.
Algo além do reles furto
Quando um surto
Faz-me louco
E neste pouco
Ínterim que me alerta
Creio-me poeta.
Se eu soubesse...
Dar-te-ia
Não a fala em tinta sangue
Mas o corte de todas as cortes
Cor da mais forte raiz do mangue.
Mas como poeta roto
Projeto apenas garatujas
Em papel em branco
E o amor por desencanto
Em bancarrota... Insolvente
Perde do canto
O que transcende
Sua rima saliente
Seu clamor mais indecente
Tombado docilmente
Num alvor tão indolente.
Se eu soubesse...
Comporia elegias
Soaria trombetas à heresia
Trar-nos-ia espinhos e flor
Lua para gira-sóis
Para ter então do amor
Tanto o que é doce
Quanto o que dói.
Pois é,
Se eu soubesse...
Mas por escritas reles
De versos fúteis,
Inúteis,
Nada que te reveles
Dou-te este sonho incompleto
Esta coisa periférica
Desgastada estética
Romântica e patética.
biografia:
- Produtor Cultural
- Operador de Computação Gráfica;
- Ledor voluntário para Deficiente Visual;
- Sócio Fundador do centro de Vida Independente de Niterói [CVI/NT], ONG voltada para Pessoas Portadoras de Deficiência;
- Júri do 1º Festiva de Poesia Aberto da Cidade de São Fidélis, RJ;
-Poesias publicadas na web [nenhum livro editado]
- Participou do \'SOLIDARIEDADE AOS POETAS PRESOS POLÍTICOS NO CHILE\' com a poesia LIBERTAD.