No encanto do meu desencanto Desfaço e desabrocho, revelando, No interior de todo esse canto, -um grito surdo-, alimentando o meu eterno acalanto.
Invocarei mais! Muito mais decepções, Na ordem invertida das razões, de desfaçatez e desabonada desesperança. Lá no fundo, quando não restar mais nada, E, encontrar-me em quase nada, Hei de descortinar de tudo, -um ovo novo-, como um espírito de criança.
Farei projetos novos, de novos projetos, Alimentarei novas certezas. Com certeza! Construirei novos castelos. Alçarei vôos mais altos e incertos e, Começarei tudo de novo!
No fundo do meu desencanto Desabrocharei um novo canto, cantarei para um mundo novo sob as cinzas do teu fenecer.
É preciso sempre!
É preciso sempre, Fazer da vida uma decisão, Uma pura referência, Uma tomada de posição.