Zeno Germano
Psicólogo e professor universitário nascido em Manaus.
Cria poemas desde 1989.
Contatos: psicologiadeaz@zipmail.com.br
AO DEPOIS.
Fiquei pensando se aconteceu mesmo
Naquele desejo louco me ceguei
E tudo pairou em mim como desespero
Até que pego de surpresa me calei
Me calei não por medo ou vergonha
Já que só houve tempo de doer
Me calei por saber que me afronta
Um desejo do qual não sei saber.
FUNERAL
Deitei,
No colo cansado da mulher que me sabia
Sabia sim que algo em mim
Não mais ardia
E eu, tétrico, enfim descia
Ao fundo do buraco que me acolhia
Ao fundo do buraco que criei.
ESCUTA
As pessoas estão mortas!
Zumbis da tecnologia, sádicos.
Resultados de vodu, sanguinários.
Quem sabe a que respondem?
As pessoas estão loucas!
Depressivos, psicóticos e tristes.
Forrmulários, diagnoses e sífilis
Não a mesma que matou Nietzsche.
As pessoas estão sós!
E eu aqui, mordendo o nó
Que fica , insiste, vira pó!
Como já disse o psicanalista;
Eu acredito nas pessoas porque
Não acredito nelas.