por descasonos cubículos
úmidos e escuros da rocinha
um fantasma resiste ao tempo
A tuberculose por descaso!
nessas casas humildes
nas beiradas desses abismos
Tem muitas mãos milagrosas de mulheres
Tem muitos mistérios que envolvem essas roupas nos varais
Tem milagre que muito santo nem faz!
essas guerreiras desses morros
fazem o pão nascer de suor e pó
e com essa massa cinzenta...
constroem a sua muralha para toda vida!
joelma maiaáguas finitasNessas margens barrentas
Canoas correm rio acima
agonizam folhas mortas...
E sem deixar o corpo
lanço-me nessas águas finitas!
joelma maiaApocalipse hídricoE se a água se acabar
Aqui nessa nossa terra
Há também de terminar,
Toda paz e toda guerra
Há de tudo ficar seco,
Há de tudo ficar cinza,
Há de virar um deserto
Cheio de almas decerto
Sedentas por uma gotinha.
joelma maiabiografia:
Joelma Maia Rodrigues, nasci em Parintins uma cidadezinha do baixo Amazonas na qual vive um povo de sangue bom e cheio de talento.
Esposa ,mãe,avó,enfim mulher.Dona de casa por opção,e apesar do trabalho duro trago a poesia na veia,pois a amo em toda sua forma.E digo sempre o poeta é a flor do povo, portanto, a mais linda da praça.E que tais flores se multipliquem aos milhares e salpiquem suas pétalas sobre o universo para que todo astro e estrela possam ver as cores e sentir o cheiro dum poema.
Para não morrer: vivo!
joelma.maia27@hotmail.com