1-]
EM RISTE DE-ME UM LENÇO EM SILENCIO:Por tanta coisa
Que a palavra sua larga
Num lugar tão esprimido
Do espírito passado
Que se eu Falo
Acreditam,
O que você me fez ali
Derretendo na lembrança
E correndo,
Onde foi meu coração?
De carne, noutro andor?
De pensamento, noutro andar?
Você... Deixou vindo...
Trancou a porta
NãO me deu consentimento
E gritos salivados
Me dispôs todas ofensas
Despiu as minhas crenças
Tom sufocado
Fui tratado em mal latim
É fim de papo
Iria eu falar assim
E, Deus, ajuda!
Chove a chuva
Leva lágrimas daqui
E as noções que são de mim
Deus, ajuda?
Tranque o tempo, esse aqui
Me tatua uma estátua que vivi
Você sabe o que é de mim?
É suspiro antepassado
Só releio o que é devir
Feito a vida de torneio
Lembro tanto o ínterim
Deste dia tenho medo
Que a esperança atropele
E ensine como morre
Deita assim, deita assim
Meiga vida de torneio,
Fosse eu
Todos os meios
E os ãos que é você,
Fugiria de mim,
Assim, tim tim, por tim tim
Por isso é que pros teus seios
Onde está seu coração
Ajoelhei, pedi ajuda
Transformei-me nesse irmão
Por isso é que pros seus seios
Onde está seu coração
Chorei vinho tinto
Transformei-me neste irmão.
Serafim!
Leve os goleS
E as noções desse ínterím
Traga os goles e as noções que são de mim?
2-]
TANATOLOGIA DO GEMIDO:
Falecido
Mais um espírito
Dos trânsitos corporais
De heranças epigenicas
Vindas de nascimentos
Sem permissão
Gestados nas barrigas
Que resultadas de gemidos
Fizeram seres de carne e osso
Que algum dia conheci
Não pediram tal advento
Não foram avisados
Do mal que encontrariam
Em matérias de viver
Mas fizeram-se presentes
Contaram na minha frente
Histórias do ente
Rimos, choramos, escarnecemos
Embreagamos e nem suscitamos o nosso ser
Cumpriram sua função
De amigos, colegas, irmão
E outros entes do viver
E fizeram sentir-me vivo
E os lembro agora
Por espíritos defumados
E molhados com líquidos mil
Até o pó eles atiraram em suas carnes
Que muitos médicos remediaram
Que muitas crenças abateram
E ajudaram na travessia
Dessa vida que só sentimos o eterno
Quando perdura alguma dor!
Isso não acaba mais?
Dói tanto; parece que nunca acabará
É injusto esse advento
Pois seu suposto oposto: felicidade
Nunca se faz eterno
Em nenhum dos êxtases possíveis
Tem uns que suicidaram
Tem uns que se mataram
Tem uns que adoentaram
E poucos morreram com querer
E muitos não morreram por querer
Maldita é a vida
Quando percebemos a fria
Que o gemido me levou a ser
Maldita existência
Que me garante só morrer
As barrigas gestando
Me dizem:
Mais um...
Pra ser mão de obra
Em alguma geografia
De alguma fantasia de viver
E por isso,
Se algum dia
A justiça cosmológica
For atributo do meu ser
Vou decretar:
Decretarei que cada nascido
Será pago só por viver
OBS:[Homenagem aos que falecerem, falecerão, suicidaram, suicidarão]
3-]
NOSSO DENDÊMas...
Se não fosse sua voz
Perambulando imaginações
Fazendo quadros, gravuras e alfaiatarias
Tirando satisfação do meu pensamento
Ora lascivo
E dizendo sons de enrubescer
Mas...
Todos os sonidos
Procurando encontrar dona razão
Encontrou meu pensamento
E lhe disse:
É outro caso de música, música, música!
Daí...
Te ofereço floreios de tango e toques de ijexá
Em saravás do meu chamego
Te termino em cafuné
Com cachaça e um copo de chá
biografia:
Edy SouzaBRASILEIRO. FORMADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS. PRODUTOR CULTURAL. PRODUTOR DE
VÍDEOS INDEPENDENTES. ROTEIRISTAS. POETA.
ATOR.[http://juizopoetico.blogspot.com/]
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