CRIANÇAFuturo deputado, senador ou presidente.
Seja qual for a profissão, médico ou fazendeiro
Hoje... criança inocente...
Não mais a ser tratada como imbecil,
um ser sem sentimentos ou inteligência.
Nobreza de espírito nutre-se no estado infantil.
Criança é a mente que se prepara para o futuro;
para um novo mundo, sem guerra, fome, corrupção.
Sem abuso, humilhação e ignorância.
A criança tem de ir além da nossa cansada esperança.
Ser ensinada na responsabilidade do que representa,
alicerce fundamental de uma nova aliança.
Os pais de outra geração que não pode ser fraca nem violenta
ou inerte - esperando soluções de água benta
A maneira mais eficaz para os pioneiros de um Mundo de paz
é tratá-los como um vaso de conhecimento, amor e ternura
para que cresçam de mente aberta e sem amargura.
Não temos o direito de lhe impingir nossos preconceitos,
medos ou ignorância, mas alimentar novos conceitos.
Ensinar-lhe deveres e o direito que todos temos à liberdade...
só ela trás sabedoria e felicidade.
Sem sabedoria sempre seremos escravos.
Sem conhecimento sempre seremos humilhados,
Sem razão ou retidão a vida não passa de bestialidade...
PAZ Fui num lugar chamado Paz.
Era um canto do universo
pendurado como um letreiro.
Entrava-se pela porta do açougueiro,
onde dizia: “aqui toda a dúvida se desfaz”.
Nada era interessante.
Povos fugiam com medo do meu abraço.
Não havia bala nem suplicante,
mas de alegria nem traço.
Não vi criança saltando corda,
balançando na rede, fazendo roda
ou em fontes cristalinas matando sede.
Não vi casais de namorados,
nem anciões saltitantes,
passeando nos prados
ou bem falantes.
Não vi flores coloridas em jardins,
não ouvi roxinóis à desgarrada.
Nem tampouco colibris,
ou alguma rola atarefada.
Então... tomei uma atitude.
Bati no portão de sugestões.
Perguntei se estavam bem de saúde.
Me mandaram para a sala dos perdões.
A paz era apenas ausência de guerra.
O silêncio não vinha da concórdia, mas do medo.
Muitos eram inofensivos por ignorância.
Nesse planeta do sonho que a arte militar encerra,
vi seres embrulhados em discórdia, de sangue azedo,
onde visitei malditos palácios de arrogância,
angústia, demência, ânsia, militância, dormência, decadência e ganância.
Então...
Visitei outro lugar - chamado Amor.
Lá, desconheciam a palavra paz.
Mas era colorido, vibrante,
Harmonioso e cheio de coração palpitante,
onde todo o mundo era capaz.
Onde a Terra era amada.
Onde ninguém era favor.
Onde toda a existência era venerada.
Onde o desamor fora substituido por CriAmor.
A ÁGUIAA águia olha o abismo suspensa.
Na escuridão eles tremem sem ver.
Cegos só sabem correr.
A águia plana levada pelo vento;
livre, sábia, feliz.
Eles se cobrem de medo,
rente à terra e sem raiz.
A águia lá do penhasco
olha galático centro
abençoando o carrasco.
Poderosa,
cruza o firmamento com confiança.
Enquanto...
vermes cavam sangue de desconfiança.
A águia na água se alonga e esparrama;
dos ventos riqueza clama,
e os vermes acendem a chama
da estouvada trama humana.
A águia silva atilada, astuta.
Com maestria empunha a batuta.
Vermes embriagados vão morrendo,
carregando cruzes de desilusão,
culpa, confusão e dor,
chorando no ritmo de alado tambor.
Um dia, os vermes olharam para cima,
uns se transformaram,
outros esconderam,
A águia ainda ri com ar de quem tudo pode...
mas todos aprenderam a fazer rima,
e a águia... morreu de fome.
Biografia:
Rosa DeSouza, autora de sete livros, é luso-americana, embora simplesmente se considere uma cidadã do planeta Terra. Nasceu em Lisboa, Portugal. Estudou literatura na Sorbonne, Paris IV. Viveu a maior parte da sua vida nos Estados Unidos, onde também estudou contabilidade. Viajou muito, desde a Tunísia até à China, tendo tido a oportunidade de conhecer e aprender com muitos sábios de várias nações e ideologias.
No romantismo é portuguesa; europeia no refinamento de suas ideias e desinibição ou liberdade de expressão; americana na exigência, eficiência e simplicidade; no coração, brasileira. Atualmente vive em Florianópolis, SC. Poesia fez parte integrante de todas as etapas de sua vida. A espinha dorsal de seus escritos é a idéia de que o ser humano não nasceu para sofrer, o que também não é o objetivo da Humanidade, mas sim para evoluir através do autoconhecimento, da autorealização e do amor, quando consciente e livre de sentimentalismos.
Rosa DeSouza é a delegada do Movimento Poético Nacional em Florianópolis, SC. Membro da ACPCC, Associação dos Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses e da ALIFLOR, Associação Literária Florianopolitana. Muitos de seus textos e poemas podem ser encontrados em várias antologias.
Livros publicados:
Pergunte a seus Sonhos; O Segredo além do Pensamento; Testiculos Habet et Bene Pendentes; A Beleza da Espera; Edouard; Reino Meu; As Aventuras de Jiro, Flé e Flá.
Rosa DeSouza pode ser contactada através do site: www.rosadesouza.com
pergunteaseussonhos@yahoo.com.br