SINE DIEDesfiou as horas,
as contas...
Bebeu as dores
às tontas...
Vestiu-se de chuva
e, já pronta,
inundou a solidão
[tão sua, tão solta]
[Neusa - 02/05/2005]_____________________________
HOMENAGEM AOS POETASColho a poesia que brota
dos dedos de todos os poetas:
vou colorindo o mundo,
suavizando a vida...
Espalho a semente pelas frestas
de cada dor, cada guerra,
cada ato de desamor,
na esperança de ver nascer
um novo dia. Sem dor.
_____________________________
SOLILÓQUIODos olhos que nunca te viram
Brotam saudades dos teus olhos.
As palavras que não te conhecem
Vasculham os teus segredos.
As mãos que jamais te tocam
Tateiam o silêncio dos teus dedos.
Fantasma tartamudo,
Passeio pelos teus sonhos,
Afasto um a um os teus medos...
Mas não me reconheces,
Mesmo dizendo que eu sou
O avesso do teu segredo.
biografia:
Neusa Maria ZaniratoNascida na pequena cidade de Iepê, interior de São Paulo, cresceu ouvindo músicas e ainda pequena apaixonou-se pelas palavras.
Formou-se em Letras pela UNESP e hoje é professora de Francês e Italiano, além de tradutora de livros franceses no Brasil.
Tem seus poemas publicados em antologias, jornais e revistas em todo o Brasil, além de outros países. Alguns desses poemas já foram traduzidos para o francês, italiano, espanhol e grego.
neusimari@uol.com.br