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Airam Santana Ribeiro
Nacionalidad:
Brasil
E-mail:
Biografia
Literatura de cordel

Cadê a Mata que lhes dei?
Por Airam Ribeiro 26/04/06

[Quadra]
Sonhei que já estava morto
E com Deus fui conversar,
E em uma dessas conversas
Foi Ele assim me perguntar:

[Setilha]
- Meu filho você veio
Do litoral da Bahia?
Lá fiz a Mata Atlântica
Foi logo no sexto dia
Pedi ao homem pra cuidar
Para purificar o ar.
Como fiz com alegria!

[Décima]
Como a Mata está
Eu pergunto a você?
Estou querendo saber.
De tudo que nela há
Dei para conservar
Pros animais ter moradia
E os pássaros na sinfonia
Fazer a orquestração
Pra vocês da região
Viver em plena harmonia.

As árvores como estão
E os frutos com o sabor?
Eu os fiz com muito amor
Pra cair sementes no chão
Para que nesta região
As árvores multiplicasse
Para que purificasse
Todo o ar do ambiente
Fiz também as nascentes
Para que a água jorrasse.

Diz meu filho como estão
Os pássaros que lá deixei
Fiz mais ainda não sei
Se houve conservação.
Dediquei a esta criação
Todo fruto e toda flor
Regados com muito amor
Mandei que a chuva molhasse
Pra que a semente vingasse
E desse fruto com sabor.

A Mata Atlântica eu quis
Fazer em todo o litoral
Alegrar gente e animal
Foi pra isso que eu fiz
Com firmeza na raiz
Para que pudesse agüentar
Macaco, mico, sabiá,
E que todos os moradores
Tivessem muitos sabores
Na hora de alimentar.

Para a mata aumentar
Em toda sua extensão
Coloquei a criação
Pra desse caso cuidar
Estando tudo no lugar
Para que a flor fecundasse
Deixei que a abelha levasse
Os polens para as flores
Junto com os beija-flores
Pra que tudo continuasse.

Diz meu filho como está
Os rios que lá deixei?
Isso tudo eu programei
Para que os viventes da Mata
Tivesse a água farta
Pra lavar e pra beber
Também fiz o rio descer
Cheio de peixes graúdos.
Eu programei tudo
Para o homem feliz viver.

Fiz o bioma na
Para o ciclo prolongar
Pra viver naquele lugar
Deixei a fauna repleta
E a flora por completa
Deixei tudo de montão
Deixei micróbios no chão
Para os dejetos destruir
E para tudo florir
Deixei o adubo no chão.

O que Eu vejo é horrendo!
E no estado da Bahia
Tudo que daqui eu via
Já não mais estou vendo
O que está acontecendo?
Procuro o que plantei
Mas ainda não avistei.
Vejo grande devastação!
Como dói meu coração
Cadê a Mata que lhes dei?

- Meu Pai todo poderoso
Não sei o que responder!
A semente do mal foi nascer
No coração orgulhoso
Do homem ambicioso.
O egoísmo ele encontrou
E a Mata ele devastou.
O que fizeste com alegria
Ele matou por covardia
O que o Senhor plantou!

Acordei de manhã cedo
Contemplei o horizonte
Bem longe estava o monte
Que até fiquei com medo
Fazia parte do enredo
Muitas árvores queimadas
Tudo seco eu avistava.
Então eu fiquei tristonho
E lembrando do sonho
A tristeza me dominava.

..........................

Assim diria o passarinho!
Airam Ribeiro

Mas que tanta alegria!
Porque cantas passarinho?
Preso nesta gaiola
Muito longe de seu ninho!
Diz amigo cantador
Esta cantando a sua dor
Aí triste sozinho?

Se soubesse responder
Na certa assim diria,
Canto a dor da saudade
De quem eu deixei um dia
Na galha da mirueira
Com a minha companheira
Bem feliz eu vivia.

Até que o ser humano
Todo cheio de maldade
Preparou uma armadilha
Mostrando a perversidade
Pra alegrar seu coração
Prendeu-me no alçapão
Com tamanha crueldade.

Sem espaço pra voar
Vivo o meu dia a dia
Cantando pra não chorar
Não sentindo alegria
Estou nesta gaiola
E nada aqui me consola
Ser livre é o que queria.

Este ser humano
Que se diz inteligente
Por falta do que fazer
É que prende o inocente
Que vive no habitat
Com espaço pra voar
Que Deus fez pro vivente.

Quando este ser humano
Um dia cai numa prisão
Arranja logo um advogado
Pra lhe tirar da detenção.
Valoriza a liberdade
Só pra ele na verdade.
Para o passarinho não!

Mas Deus que está no céu
Que vê essa judiação
Cobrará do Homem um dia
E ele pagará então
Lembrará da crueldade
Que fez com perversidade
Pagando tostão por tostão.

A terra foi feita
Para toda a criação
Todas têm o direito
Na Lei da Reprodução
Fez o espaço e a liberdade
Ele não fez a maldade
De criar o alçapão.

..................

Eu vi Deus chorando por aquele cidadão.
De Airam Ribeiro

Eu vi o Homem
Uma mata derrubar
Vi uma nascente morrer
Pela sombra que não há.
Vi o rio poluído
E o homem enriquecido
Sem desse rio cuidar.

Eu vi o Homem
Na mesa farta de comida
Vi um pobre batendo a porta
Pedindo uma guarida.
Vi o Homem falar não!
Deixando com fome o irmão
Nas calçadas da vida.

Eu vi o Homem
Indo a igreja orar
E ao sair da igreja
Vi uma esmola negar.
Vi este homem caindo
E o pobre lhe acudindo
Tentando lhe levantar.

Eu vi o Homem
Sem dinheiro na operação
E vi o Homem indo a lua
A procura de solução.
Vi o Homem não viver
Procurando o porque
Da tanta tribulação.

Eu vi o Homem
Juntando patrimônio
Vi o progresso acabando
Com a camada de ozônio.
Vi o sol esquentando
Vi o gelo soltando
Eu vi o homem tristonho.

Eu vi o Homem
Assinando um projeto
De lei para matar
A criança no feto.
Vi o espírito voltar
Procurando seu lugar
Por não ser um objeto.

Eu vi o Homem
Para as drogas caminhar
Se perdendo no caminho
Não sabendo mais voltar.
Vi seus pais com tristeza
Por não ver mais beleza
Da vida se lastimar.

Eu vi o Homem
Estendendo sua mão
Pedindo ao outro homem
Um pouco de compaixão.
Vi o pobre operário
Vivendo sem salário
Pra comprar o feijão.

Eu vi o Homem
Na fila dos desesperados
Sem saber o que fazer
Por estar desempregado.
Vi seus filhos chorando
Pelo pão mendigando.
Eu vi um pai arrasado!

Eu vi o Homem
Falar para uma nação
Que ia dar fim ao desemprego
E a fome do cidadão.
Eu vi o Homem acreditar
E nesse Homem votar
No dia da eleição.

Eu vi o Homem
Na briga pelo poder
Mentir tanto no palanque
Para o povo poder crer.
Eu vi a hipocrisia
Fazendo moradia
Na cara deste ser.

Eu vi o Homem
Mudar o calendário
E lembrar da eleição
Que houve com o operário.
Eu vi o Homem na rua
Eu vi que a fome continua
Sem ter um itinerário.

Eu vi o Homem
Dentro da religião
Dizer que já está salvo
Sem olhar para seu irmão.
Eu vi que na verdade
Fora da caridade
Não há salvação.

Eu vi o Homem
Chorando na oração
Eu vi Deus perto dele
Segurando a sua mão.
Eu vi o Homem clamando
Eu vi Deus chorando
Por aquele cidadão.

Airam Ribeiro
Itanhém Bahia Brasil


biografia:

Airam Santana Ribeiro
, nascido em Barra da Estiva Bahia Brasil, dia 13/08/1948 poeta com mais de 1.500 trabalhos, literatura de cordel, poemas, poesias, letras de músicas, discursos, etc

airamribeiro@gmail.com

 

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