Luciani Wallimann Wolff
Cônsul de Nova Andradina - MS
Assessor de Imprensa de Poetas del Mundo em Mato Grosso do Sul
____________________nasci IIsou filha da água
gerador do vento que te secou
sangrei meu peito de ti
pra morrer sono de não amar
escorrer a pele
desse vazio que me veste
a tua presença que repulsa
sou o termo do grande resplendor
mãe da culpa que à luz te forçou
menstruar lua
forrada cama pra te dormir
sou o clarão da cria
crime do pai que te pariu
lamber asco
sugado sexo pra te gozar
sou o sopro do renovo
suco da madre que te gestou
sou movimento filho da liquidez
do toque do homem
no sol da fêmea que te causou
luhesaestranho
são estas mãos que desperdiçam a tinta
estas letras mal erguidas
esta verdade negada antes de parida
os dedos cortados nas lâminas delgadas do pergaminho
pro líquido purpúreo abrindo sulcos e ainda sorrindo
o afeto denodado que em ti viceja-me
por que essa sua alegria insiste em me perseguir
sendo que não é por mim que vem?
por que esse brilho birrento em certos olhos
quando se metem a misturar suas mesmas cores de um algo amor quimbembe
indeiscente que se faz talvez?
oh envergonhe-se resposta arredia
não se tomará de vítima se te violenciarmos em beijos de concreto gesto inconho
as palavras elucidantes que nos recusa agora
sentimento que te sei-nos uns aos outros
qual das horas reveladoras virá de soslaio
avisar que nos conhecemos
qual das maniatadas rupturas arrogará o afago distendido desejado?
como são negros os olhos negrumes que temos e nos tocam distantes
haveria de ser sempre assim?
onde se elevará a lhana compleição colenda?
por fás ou por nefas
valha-me neste momento agro axioma inaudito
recifestivecores e corais
nós somos os filhos do recife
é meia-noite
a criança chora com fome
o bebê mijou na cama
meu filho assim tem cheiro de cola
eu
meu pai
do outro lado da táuba
o pescador joga sua rede que sobe vazia
ele também tem fome
pai nosso que estais no céu
e nós aqui na terra?
um pão ainda que de dias pelo menos hoje nos dai
perdoe nossas lágrimas assim como nós fechamos os olhos à dor de nossos irmãos
pai nosso que estais no céu
santificado seja o teu nome em todo o universo
e o que será do nosso
mesmo que apenas na terra?
santo pai que estais no céu
teu é o poder, o reino e a glória
e nós? o que temos? de quem somos?
pai nosso que estais no céu
perdoe essa dor e a pouca fé
a ti recorremos
olhai por nós
pelo menos vós que sois nosso pai
amém
biografia: Nascido em 08 de novembro de 1977, numa cidade onde nunca morou, em Ivinhema, Estado de Mato Grosso do Sul. Viveu a infância em Angélica, uma cidade vizinha. Depois se mudou para Nova Andradina, e a partir dos 16 anos entregou-se às andanças pelo Brasil afora, morando em Recife [PE] e Palmas [TO], por exemplo. É jornalista, tendo marcado seu nome nos principais veículos de imprensa do Mato Grosso do Sul, ou como parte da equipe, colaborador ou como entrevistado em função da repercussão de seu trabalho e importância para a nova literatura. Também é professor por formação e militante das causas de direito, pelo que já é conhecido por seu espírito combativo e posturas firmes e incisivas. Foi premiado em vários concursos literários, desde regionais, até internacionais. Participou de obras coletivas, é escritor independente e seu primeiro livro publicado chama-se 'Jarro e A Água Dele' - contos e poemas.
Contato com o autor:http://www.ondeestawallimann.blogspot.com/Comunidade no Orkut:http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=47745693releases.wolff@gmail.com