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Miguel Carneiro
Nacionalidad:
Brasil
E-mail:
Biografia
TRIBUTO A UMA DIVA DO TEATRO BAIANO

Para Nilda,

com carinho.


Quando Martin Gonçalves, a chamado de Edgar Santos,
fundou a Escola de Teatro, Nilda Spencer estava lá,
contracenando com Maria Fernanda e Sérgio Cardoso.
Nilda, mãos delicadas, na moldura da ternura,
chuva fina que molha nossos telhados em lembrança,
gestos nobres num Palco iluminado.
Platéias, de pé, ovacionando-a.
Menino, com quatorze anos,
freqüentei as suas aulas de Dicção,
na tarde colorida daquele inesquecível verão.
Minha voz foi ficando sem cisco,
sem gôgo, sem atropelação.
Nilda, na memória,
doce, educada,
presente no território de meu coração.
Revejo, ento, Adelino na Portaria,
Josito fumando na cabine de luz.
Corro os olhos,
Tia Lilia está moldando uma vestimenta,
Tia Cota na cantina envolta de flores de papel crepom amarelo.
Vejo minha Tia Cleusa,
decidida passando banho de Água de Alevante,
Procuro por João,
bigode aço,
me livrando dos fuxicos,
da intromissão.
Vejo os dois leões,
Nilda, Nilda naquela tarde...
Sempre cheirosa,
irradiando alegria,
pura emoção.


HÁ UM CORPO EM CHAMAS DE UM HOMEM NO PANTANAL MATOGROSSENSE

Em memória de Francisco Anselmo Gomes de Barros, 'Francelmo'

Domingo,
dia que Deus descansou depois da labuta
após criar o mundo:
de céus, planetas, terra, rios, mares,
bichos, plantas e o homem sobre a face da terra.
Em Campo Grande,
Iracema Sampaio
chora.
Dom Pedro Casaldáliga
ora.
Manuel de Barros
procura sentidos nesse gesto.
Almir Sáter eJoão Bá
se perguntam
porque o Tuiuiú está em silêncio?
Na Bahia,
meu avô, Augusto Asclepíades, diria:
'O mundo termina em fogo.'
Mas, não durmo,
e minha mão arde,
nessa lembrança de fogaréu.
Por que, heim, Anselmo,
foste tão glorioso na tua própria coivara?
Eu, sei,
Sabino Alves Sampaio
está perplexo diante das labaredas.
Há em mim
essa vontade incomensurável
de te enviar para te salvar:
caminhões de 'Paraqueimol'.
Os peixes ainda conversam,
falando de tua história.
São tambaquis, piranhas
na mansidão dos igarapés,
entre garças e jacarés.
O Bugre te louva.
E até penso
que o povo de Mato Grosso,
de Tocantins,
do Pará,
fazem de tua chama,
luzeiro de um novo tempo
que se descortinará.
Nós,
ficamos por aqui,
doidos de dores.
Enquanto
Tu queimas numa praça de Campo Gande,
eu peço ao Cão,
que pare com toda essa devastação.


14/11/2005


BALANCETE

Sou um homem carregado de tragédias,
que enxerga no tempo sinais anunciadores.
Numa época em que Deus
se acha ausente na maioria dos corações.
Vivi dolorosas quadras,
em que dizer a Verdade,
incomodava muita gente.
E, no entanto,
sobrevivi.
Em meu peito sempre pulsou:
Fraternidade, justiça e amor.
Se algum dia
falarem de mim,
digam apenas:
'Foi um poeta que por aqui passou'.

biografia:

Miguel Carneiro
nasceu em Riachão do Jacuípe em 14 de Junho de 1957. Poeta, ficcionista e dramaturgo. Publicou, na França, Poémes [1977], com tradução de Pedro Vianna. Publicou os livros de poesia Pelas Lupas do Jaguaracambé e Outros Poemas [1986], Os Cânticos [1993] e Boca do Tempo [2002]. Pela Editora do Brasil publicou o opúsculo infantil NoPaís dos Kiriris [1991]. E os livros de contos Esconso e Outras Histórias [Selo Letras da Bahia, 1994] e O Diabo em Desordem [Coleção Apoio, 1999], Sete Cantares de Amigos [Edições Arpoador, 2003]. Na internet duas de suas obras no site: www.ieditora.com.br. Inserido com verbete na página 438 volume I da Enciclopédia de Literatura Brasileira de Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa, Editora Global, São Paulo, 2001.

 

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